Outras
pesquisas já demonstraram que robôs podem ser muito eficientes para
ensinar crianças com deficiências cognitivas, sobretudo autismo.
[Imagem: Neural Networks/23/966-972]
Mestre Robô
Os cientistas conhecem muito bem as dificuldades de ensinar aos robôs mesmo as tarefas mais simples.
Isso tem levado alguns a tentar com que os robôs aprendam sozinhos, ou que aprendam com sua própria experiência ou até mesmo, quem sabe, lendo uma Wikipedia robótica.
Por isso não deixa de impressionar o objetivo a que se propuseram
Bilge Mutlu e Michael Gleicher, da Universidade de Wisconsin-Madison,
nos Estados Unidos.
Eles querem criar robôs capazes de ensinar aos seres humanos.
Pode parecer pretensioso pensar que os robôs já tenham alcançado um
nível que os permita substituir um professor humano em uma sala de aula,
mas os primeiros testes em robôs e personagens virtuais trazem algum
entusiasmo, se não com uma aula ao vivo, pelo menos em instruções mais
breves ou em aprendizado via computador.
Pedagogia robótica
Como é relativamente fácil dar a um robô o acesso a qualquer base de
dados e a um número ilimitado de instruções, os pesquisadores se
voltaram para algo que pode fazer a diferença: o comportamento dos
robôs.
Segundo eles, robôs que olham e gesticulam como humanos são muito
mais eficazes para passar informações, como já demonstraram em
laboratório.
E, quando se trata de comunicação, às vezes é a nossa linguagem corporal que fala mais - especialmente os nossos olhos.
Para demonstrar isso, um pequeno robô amarelo recebe voluntários que
entram no laboratório: "Oi, eu sou Wakamaru, prazer em te conhecer. Eu
tenho uma tarefa para você: organize esses objetos sobre a mesa por
categorias, colocando-os nas caixas."
Com alguns voluntários, o robô, muito naturalmente, olha em direção
aos objetos enquanto fala. Com outros, o robô apenas olha diretamente
para a pessoa.
Mutlu diz que os resultados são bastante claros: "Quando o robô usa o
olhar como um humano o faria, as pessoas são muito mais rápidas em
localizar os objetos que têm que mover."
Modelagem de comportamentos
E é principalmente assim, observando humanos, que os dois
pesquisadores estão rastreando o papel do olhar, e as informações que o
olhar humano transmite na comunicação, que eles planejam desenvolver
algoritmos de controle que possam ser associados com as informações
textuais que os robôs ou personagens virtuais têm que passar.
"São comportamentos que podem ser modelados e, em seguida,
programados nos robôs para que eles, os comportamentos, possam ser
usados pelo robô sempre que necessário, para se referir a algo e
certificar-se de que as pessoas entendam a que o robô está se
referindo," explica Mutlu.
A teoria está sendo testada em um agente virtual, este sim, capaz de dar aulas pelo computador.
Ao dizer "Olá. Hoje eu vou lhes falar um pouco sobre a história da
China Antiga", o personagem "sabe" que há um mapa da China sendo
projetado atrás de si e, de forma quase natural, vira-se, olha e aponta
para o mapa, como se fosse a moça da previsão do tempo durante os
telejornais.
Isso encorajou os dois pesquisadores a falarem em robôs em salas de aula, não como alunos, mas como professores.
"Nós podemos projetar tecnologias que realmente beneficiem as pessoas
no aprendizado, na saúde e no bem-estar, e em trabalhos colaborativos,"
conclui Mutlu.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
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