sexta-feira, 27 de abril de 2012

III Cepial

O III CONGRESSO DE CULTURA E EDUCAÇÃO PARA A INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA LATINA (III CEPIAL), a ser realizado em Curitiba, no Centro Politécnico da UFPR, entre os dias 15 e 20 de julho de 2012, é a versão atualizada de 2 grandes congressos anteriores, realizados pelas Universidades Públicas Estaduais Paranaenses e coordenados pela Casa Latino-Americana (CASLA) – I e II CEPIAL – 1992 e 1994, localizados respectivamente em Marechal Cândido Rondon e em Maringá, ambos no Paraná, com o apoio e colaboração de múltiplas instituições governamentais e não-governamentais
Com a inspiração de semear novos rumos, este evento pretende debater os principais problemas apresentados e vividos atualmente pelas sociedades latino-americanas, partindo-se da própria perspectiva da integração, tendo como pilares desse processo a educação e a cultura.
Maiores informações em: http://cepial.org.br/

terça-feira, 24 de abril de 2012

MEC promete triplicar matrículas em EAD e alcançar 600 mil alunos até 2014



João Carlos Teatini, diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)João Carlos Teatini, diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
 

O MEC (Ministério da Educação) tem o plano de triplicar o número de matrículas em cursos públicos de EAD (Educação a Distância) até 2014, passando dos atuais 210 mil alunos para 600 mil. O dado é do diretor de Educação a Distância da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), João Carlos Teatini, responsável pelo programa UAB (Universidade Aberta do Brasil). Entre os obstáculos, segundo o gestor, estão o preconceito e a resistência ao modelo e as dificuldades de conexão e falta de banda larga pelo país.
A UAB é um sistema integrado por universidades públicas de todo o país, que oferecem ensino superior a distância. Implantada no segundo semestre de 2007, ela dispõe de cursos de licenciatura, formação pedagógica, bacharelado, tecnólogo e sequenciais. Há também formação continuada nas modalidades de especialização, aperfeiçoamento e extensão, e o Profmat (Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional). Atualmente, a UAB tem cerca de 11 mil professores formados em graduações e outros 16 mil concluintes.
Em entrevista ao UOL Educação, Teatini, que é engenheiro e professor da UnB (Universidade de Brasília), explicou que o programa tem duas prioridades: formação de professores, em caráter emergencial, e instalação de cursos com foco no desenvolvimento do país. Confira em:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dropbox: Sincronizador e compartilhador de arquivos

O conceito do Dropbox é simples:
É uma aplicação que nos permite acessar aos nossos documentos em qualquer parte do mundo! Sei que há muitos sites na Internet que também o fazem, mas não o fazem da forma simples que faz o Dropbox.
Dropbox é um dos serviços mais simples e eficientes quando o assunto é sincronização de arquivos entre dispositivos diferentes, sejam eles computadores de mesa, notebooks ou smartphones.
Por meio do Dropbox você armazena arquivos numa espécie de “caixa mágica” que pode ser acessada de qualquer lugar, de qualquer sistema operacional e de praticamente qualquer equipamento que acesse a internet.
O Dropbox disponibiliza 2 GB de espaço gratuitamente para armazenamento de arquivos. Com ele você dispõe de uma espécie de “pendrive virtual” que pode guardar quaisquer tipos de documentos e informações, contando com sincronização automática e possibilidade de compartilhamento com outros usuários do serviço.
Você pode acessá-lo via internet ou instalar o programa em seu computador e sincronizá-lo com a pasta virtual, assim você terá seus arquivos atualizados independente do computador que está utilizando, desde que tenha acesso a internet.
Para utilizar o serviço e necessário realizar o cadastro no sistema.
Acesse e confira: Dropbox.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Resumo Técnico do Censo da Educação Básica 2011

Foi lançado pelo inep o Censo da Educação Básica de 2011. O Resumo técnico pode ser acessado no link:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_basica_2011.pdf

Sumário:
Censo escolar da educação básica 2011 7
Visão geral dos principais resultados 11
1 MATR ÍCULAS 11
2 Matrículas – Educação Infantil 18
3 Matrículas – ENSINO FUNDA MENTAL 19
4 Oferta de Educação em Tempo Integral e Atendimento Complementar 21
5 Matrículas – Ensino Médio 23
6 Matrículas – Educação de Jovens e Adultos 24
7 Matrículas – Educação Especial 27
8 Matrículas – Educação Profissional 30
9 Infraestrutura 33
10 Funções Docentes 35
Considerações finais 39

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Livro: Educação Online - Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais

Angélica Monteiro
J. António Moreira
Ana Cristina Almeida

Março 2012
ISBN: 978-989-8557-02-5

Sumário:

O processo de bolonha e o trabalho pedagógico em Plataformas digitais: possíveis implicações
ANGÉLICA MONTEIRO
 
Novos cenários e modelos de aprendizagem construtivistas Em plataformas digitais
J. ANTÓNIO MOREIRA

Metodologia para o desenvolvimento de ambientes Virtuais de aprendizagem: development research
JOSÉ ALBERTO LENCASTRE
 
Treino mediatizado de competências de resolução de Problemas !em plataformas digitais"
ANA CRISTINA ALMEIDA

Estilos de aprendizagem em plataformas digitais
DANIELA MELARÉ VIEIRA BARROS

Personal learning environments: um pretexto para !Re"pensar a aprendizagem em plataformas digitais
MARIA AUGUSTA NASCIMENTO

Ambientes virtuais de aprendizagem ! Recursos para Alunos com necessidades educacionais especiais
MARA LÚCIA CRUZ

Concepção e desenvolvimento de comunidades virtuais de Formação de professores: o curso b"learning de violência E gestão de conflitos na escola
TERESA PESSOA, ARMANDA MATOS, CRISTINA VIEIRA E JOÃO AMADO

Maiores informações no blog da editora De Facto Editores.

domingo, 15 de abril de 2012

SciELO Brasil lança portal de livros eletrônicos

Por Elton Alisson
Agência FAPESP – Foi lançado em 30 de março, durante evento na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, o portal SciELO Livros.
Integrante do programa Scientific Eletronic Library Online SciELO Brasil – resultado de um projeto financiado pela FAPESP em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) –, o portal visa à publicação on-line de coleções de livros de caráter científico editados, prioritariamente, por instituições acadêmicas.
A iniciativa pretende aumentar a visibilidade, o acesso, o uso e o impacto de pesquisas, ensaios e estudos realizados, principalmente, na área de humanas, cuja maior parte da produção acadêmica é publicada na forma de livros.
“Uma porcentagem significativa de citações que os periódicos SciELO fazem, principalmente na área de humanas, está em livros. E como um dos objetivos da coleção SciELO é interligar as citações entre periódicos, a ideia é também fazer isso com livros”, disse Abel Packer, membro da coordenação do programa SciELO, à Agência FAPESP.
De acordo com Packer, a ideia do projeto foi sugerida em 2007 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi iniciado em 2009 sob a liderança e financiamento de um grupo formado pelas editoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fiocruz.
O desenvolvimento da plataforma metodológica e tecnológica contou com a cooperação da Bireme, e a execução do projeto teve apoio institucional e de infraestrutura da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Inicialmente, o portal reunirá cerca de 200 títulos, distribuídos mais ou menos igualmente entre as editoras das três universidades. A partir do lançamento, a expectativa é que a coleção possa contar com a adesão de outras editoras acadêmicas.
Para integrar o portal, as editoras e as obras são selecionadas de acordo com padrões de controle de qualidade aplicados por um comitê científico e os textos são formatados de acordo com padrões internacionais que permitem o controle de acesso e de citações.
A publicações poderão ser lidas por meio de plataformas de e-books, tablets, smartphones ou na tela de qualquer computador, acessadas diretamente do portal ou de buscadores na internet, como o Google, e também serão publicadas em portais internacionais.
“A ideia é contribuir para desenvolver infraestrutura e capacidade nacional na produção de livros em formato digital e on-line, seguindo sempre o estado da arte internacional”, explicou Packer.
Segundo ele, a plataforma metodológica e tecnológica desenvolvida para publicação de livros eletrônicos para a coleção da SciELO Brasil deverá ser utilizada por outros países que formam a rede SciELO para publicar suas coleções nacionais, com gestão autônoma.
Venda de livros
Além das obras com acesso aberto e gratuito, o portal SciELO Livros também possui uma área na qual será possível ao usuário comprar obras das editoras integrantes do projeto no formato e-book.
“A venda deverá ser uma das fontes de recursos financeiros previstos na operação autosustentável do portal. Isso representa uma novidade para o SciELO, que tem acesso totalmente aberto para os seus periódicos. Entretanto, o número de livros em acesso aberto deverá predominar”, disse Packer.
Segundo ele, a meta inicial é publicar entre 300 a 500 títulos por ano no portal. Entretanto, esse número de publicações dependerá da reação das editoras e do público.
“Se o projeto tiver um sucesso semelhante ao do SciELO Periódicos, o desenvolvimento do portal poderá ser mais rápido, e ele deverá contar com muito mais livros”, estimou.
Criada em 2007, o SciELO Brasil é, segundo o Ranking Web of World Repositories, conhecido como Webometrics, o líder mundial entre os maiores portais de informação científica em acesso aberto e gratuito no mundo.
Em 2011, de acordo com Packer, a coleção SciELO Brasil teve uma média diária de 1,2 milhão de downloads de artigos. Seu modelo de publicações de periódicos é adotado hoje por diversos países e forma uma rede de coleções nacionais.
Os países com coleções certificadas estendem-se pela América Latina, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Venezuela, e Europa (Espanha e Portugal). A coleção da África do Sul está prevista para ser qualificada e certificada em 2012.
A expectativa é que esses países também venham adotar o modelo SciELO de publicação de livros em formato digital.

SciELO Livros: http://books.scielo.org

sexta-feira, 13 de abril de 2012

IV Seminário de Educação a Distância


O Centro de Apoio à Educação a Distância (CAED/UFMG) realizará, nos dias 04 e 05 de Junho de 2012, a 4ª edição do Seminário de Educação a Distância da UFMG. O evento, de caráter internacional, será realizado no Campus Pampulha da UFMG em Belo Horizonte. As atividades previstas - conferências, mesas-redondas, debates, apresentação de trabalhos (modalidade pôster), lançamento de livros e etc - privilegiarão relatos de experiência e de pesquisa em torno do tema educação a distância.O valor da inscrição é de R$ 30,00 (para os profissionais e alunos da Universidade Aberta do Brasil), R$ 60,00 (para estudantes de graduação e de pós-graduação) e R$ 100,00 para os demais profissionais.
Informações:

(31) 3409-4638
seminarioead@caed.ufmg.br
www.ufmg.br/ead/sistemas/seminario

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Facebook cria ambiente exclusivo a escola e universidade

Revista Veja - Vida Digital

Groups for Schools permite que alunos, professores e funcionários de instituições troquem informações em um ambiente fechado


O Facebook colocou à disposição de escolas e universidades um novo tipo de perfil destinado especialmente a instituições de ensino. Batizado de Groups for Schools, o novo recurso da rede social permite que estudantes e membros de uma determinada comunidade acadêmica troquem arquivos, criem eventos e compartilhem mensagens. Tudo em um ambiente fechado, que só permite a participação de pessoas autorizadas. Para fazer parte das comunidades do Groups of Schools, o usuário precisa informar um endereço de e-mail com domínio da instituição. 
A ferramenta Groups of Schools não incorpora automaticamente os grupos escolares já existentes no Facebook. Portanto, as instituições que já possuem perfil na rede terão que se cadastrar na nova ferramenta. Até o momento, não existem grupos das mais importantes instituições brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Apesar de milhares de grupos de instituições de ensino já existirem no Facebook, agora eles estarão organizados, com um endereço próprio e com ferramentas para melhorar a comunicação entre seus membros. Até aqui, as escolas que desejavam criar comunidades exclusivas precisavam recorrer a aplicativos e desembolsavam até 50.000 dólares para manter um ambiente restrito a seus alunos, professores e funcionários.
Criado em 2004, o Facebook havia sido pensando por Mark Zuckerberg como uma plataforma que conectasse os estudantes universitários americanos. Por meio dela, era possível estar em contato com colegas de classe e professores. Também era possível ficar mais próximo de companheiros de dormitório e amigos que compartilhavam interesses em comum. Com a abertura da rede, o Facebook perdeu muito de sua função inicial. Agora, o Groups of Schools leva Zuckerberg de volta ao campus.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Livro: Educar com o Redu

Lançado o livro 'Ensinar com o Redu'. O livro apresenta os conceitos do ambiente Redu para educadores, exemplificando como novas e poderosas situações de ensino mediadas por tecnologia podem
ser criadas. Participaram conosco da elaboração do livro pesquisadores, alunos de mestrado e doutorado do programa de pós-graduação em Ciência da Computação e Educação da UFPE.

O livro apresenta o ambiente virtual de aprendizagem Redu como uma evolução das tecnologias educacionais, tendo como base os conceitos de teorias de aprendizagem, colaboração e prática de ensino.

O livro está disponível para educadores no endereço http://educarcom.redu.com.br/

O REDU é um ambiente de ensino para a área de Educação. O Redu já está pronto para uso no endereço
http://www.redu.com.br.

Um vídeo mostra depoimentos de um estudo piloto realizado em uma escola público, no ensino médio: http://www.youtube.com/watch?v=2kq3kEOPyec

Seguem alguns textos e apresentações sobre o Redu:

- Palestra no Dia Internacional da Usabilidade: http://goo.gl/adKlf
- Texto explicando o Redu para Educadores: http://goo.gl/2hDO8
- Artigo publicado no XXII SBIE: http://goo.gl/ibcMZ
- Capítulo do livro Hipertexto e Cibercultura com o Pierre Levy: http://goo.gl/QdCCl
- Resultado de pesquisa sobre a prática docente com o Redu: http://goo.gl/mC41L
- Resultado de pesquisa sobre atuação de alunos no Redu: http://goo.gl/1aUep
- Entrevista na Rede Globo de TV: http://goo.gl/gQobD
- Palestra no lançamento do livro: http://goo.gl/gdEHN

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dica: Notas de rodapé

Olá pessoal!!
Pra quem acompanha o blog pode achar estranho este post, mas resolvi postar esta dica por acreditar que seja de "utilidade pública".
Apanhei muito do Microsof Word para colocar minha dissertação de mestrado nas normas e o mais "chato" de fazer é colocar a linha da nota de rodapé linhada com o texto. Então aí vai a dica.
Com o Microsoft Word aberto, clica em uma nota de rodapé, já inserida anteriormente, em seguida clique na opção de vizualização "Rascunho" no canto inferior direito (vide imagem).
No modo Rascunho, vá até a aba "Referências" e em seguida clique em "Mostrar notas".

A tela deve aparecer como a que segue:
Nesta tela, selecione a opção "Separador de notas de rodapé", no canto inferior esquerdo. Então vá até o menu "Parágrafo".
Então altere as opções de recuo para "0cm" e clique em OK.
 
Uma vez feito isso, as demais notas de rodapé herdarão esta configuração.
Feito isto altere o modo de visualização para "Layout de Impressão" novamente e o Word está configurado para utilização de notas de rodapé de acordo com as normas da ABNT.
O documento deve ficar assim:

Espero ter ajudado e um bom trabalho à todos!!




A busca pelo currículo

Com as diretrizes curriculares já consolidadas, governo se prepara para discutir as (controversas) expectativas de aprendizagem ao longo de 2012 e formatar um documento básico para o país

Por Carmen Guerreiro

Imaginemos uma sala de aula em um dos rincões do Brasil. Um professor reproduz um trecho de seu livro didático na lousa. Em seguida, instrui os alunos a copiarem o trecho, que, juntamente com um pacote de exercícios, será cobrado em uma avaliação futura. Em outro canto do país, outro educador estuda as matrizes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e elabora um trabalho de leitura com sua classe baseado em compreensão e interpretação de um artigo de jornal. Em uma cidade sabe-se lá quão distante, um estudante se envolve em um grupo fora da escola para criar um aplicativo para tablet.
Esses três casos hipotéticos, porém recorrentemente observados (quanto mais próximo da primeira história, mais comum), retratam as três formas de classificar a aprendizagem de acordo com a concepção do antropólogo britânico Gregory Bateson e a análise do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. A primária é um nível básico focado na transmissão de conhecimentos específicos aos alunos. A segunda consiste em fornecer instrumentos aos jovens para que eles possam aprender a aprender, não apenas dentro da escola, mas em todas as esferas de suas vidas. A aprendizagem terciária, mais complexa, consistiria em produzir um novo conhecimento a partir da habilidade de aprender a aprender. "Os velhos padrões de desenvolvimento e de estudos do currículo são inadequados para a nova sociedade de riscos, instabilidades e rápidas mudanças na qual vivemos, pois ainda estão presos à aprendizagem primária e prescritiva", conclui o britânico Ivor Goodson, professor da Universidade de Brighton, que também estuda o assunto.
Em outras palavras, no mundo totalmente interligado pela tecnologia e internet, em que as transformações são constantes, os jovens precisam de uma educação que ensine os conteúdos consagrados ao longo dos séculos, sim, mas também que proporcione ferramentas para que eles não apenas aprendam a buscar novos conhecimentos no mundo ao seu redor, mas produzam saberes que a sociedade de hoje ainda não conhece, e que, portanto, não podem ser ensinados. É nesse cenário que o Ministério da Educação (MEC) se prepara, em 2012, para decidir, junto às mais diversas esferas da educação brasileira, que tipo de currículo nacional quer para o país. Nesse debate, os tipos de aprendizagem descritos por Bateson e analisados por Bauman e Goodson refletem as diversas discussões em torno do novo currículo básico: desde o nível de prescrição do documento brasileiro, passando pela questão da autonomia docente, escolar e das redes, até a forma como as chamadas competências e habilidades (o "aprender a aprender" e o "aprender para produzir", ditas as aprendizagens secundárias e terciárias) serão alinhadas ao conteúdo programático.
Um novo documentoEntre dezembro de 2009 e maio de 2011, o Conselho Nacional de Educação (CNE) elaborou as diretrizes curriculares atualizadas para todas as etapas da Educação Básica, da educação infantil ao ensino médio. Essas diretrizes, conforme explica Cesar Callegari, à frente do CNE até fevereiro e hoje secretário da Educação Básica, são orientações gerais para que as escolas, redes e sistemas de ensino elaborem os seus currículos (leia texto sobre as novas diretrizes abaixo). Concluídas e homologadas pelo MEC com o objetivo de atualizar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de 1997, as novas diretrizes serão complementadas com o que foi denominado de "expectativas de aprendizagem", uma relação de conhecimentos que os jovens deverão saber após o encerramento de cada série ou ciclo junto às condições necessárias para que essa aprendizagem aconteça.
Essas expectativas, que foram abertas para debate e consulta pública no início do ano (a previsão é de que esse processo termine no final de 2012), são "atos normativos que necessariamente deverão ser observados pelas escolas, redes e sistemas de ensino na elaboração de seus currículos e projetos pedagógicos", explica Callegari. Isso é algo inédito no Brasil, pois nenhum documento curricular no passado foi compulsório (a exemplo dos PCNs, que não eram obrigatórios) ao mesmo tempo que descreveu com mais minúcia o que era esperado do aprendizado dos alunos (como a LDB, que é mais genérica).
A obrigatoriedade vem da preocupação do MEC de garantir que todas as crianças e jovens tenham os mesmos direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento - ou seja, todos os alunos devem finalizar cada ano de escolarização com conhecimentos básicos e comuns a todos, em qualquer ponto do país. O desafio, no entanto, é chegar a expectativas de aprendizagem que cumpram esse objetivo sem ferir a diversidade e o contexto regionais e a autonomia de professores, escolas e redes.
"Nada de prescrições que sufoquem o processo criativo de professores e alunos, tampouco que ignorem a diversidade de condições em que a educação se realiza no Brasil. Os percursos e recursos educativos são necessariamente diversos, mas as crianças e jovens brasileiros têm direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento iguais, independentemente de sua condição social", afirma o secretário, salientando que definir expectativas de aprendizagem nacionais não significa que todos estarão estudando o mesmo conteúdo ao mesmo tempo, mas que existem conteúdos básicos que todos devem compartilhar. "Crianças e jovens não são maquininhas a serem programadas, mas eles têm o direito de chegar ao mesmo ponto, de atingir os mesmos objetivos independentemente de sua condição econômica e social". É importante frisar também que, segundo Callegari, não se adotará um "currículo mínimo", ou "único", justamente para escapar dessa concepção de ensino engessado. "Devemos chamar de currículo básico, porque é para partir daquele ponto para mais. Significa que todas as crianças têm de ter condições de lidar com esses conteúdos, e não que existe um mínimo que elas devem saber", detalha Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Diversos conceitosMas o que são, afinal, expectativas de aprendizagem? Em termos óbvios, é o que se espera que todos os alunos aprendam ao concluírem uma série e um nível de ensino. Enquanto as diretrizes curriculares são mais amplas e genéricas, as expectativas chegam para complementá-las com recomendações explícitas sobre conhecimentos que precisam ser abordados em cada disciplina, sem, no entanto, fazer uma listagem de conteúdos, competências e habilidades. Maria do Pilar Lacerda, que conduzia a secretaria de Educação Básica até fevereiro, definiu em um fórum da Undime que as expectativas são "marcos desse percurso formativo em relação às áreas de conhecimento apontadas na LDB como base comum nacional", e também "esclarecem as condições concretas para que as aprendizagens esperadas possam acontecer". Apesar das definições, ninguém sabe dizer ao certo como as expectativas se configurarão na prática - segundo os entrevistados ouvidos pela reportagem, essa discussão será realizada ao longo de 2012.
De qualquer maneira, a própria adoção do termo não é consensual. De um lado do debate, Priscila Cruz, diretora executiva do Todos pela Educação, diz que esse foi o termo criado para definir os objetivos do currículo nacional que encontrou menos resistência. "Existe um trilhão de teorias sobre currículo, e como a palavra 'currículo' é carregada de simbolismo e conceitos na educação, quando começamos a falar de expectativas de aprendizagem uma parte da resistência deu uma aliviada, mas é a mesma coisa", coloca.
De outro lado, pesquisadores da educação se incomodam com a confusão de conceitos e palavras, mas entendem o que significam essas expectativas e respondem negativamente a elas, alegando que  acabam excluindo uma parcela dos jovens que não consegue atingi-las. "Considero essas expectativas de aprendizagem um retrocesso. Não há novidade nelas, é uma nova retórica dos objetivos dos currículos nacionais, na qual são descartados os termos da pesquisa acadêmica", critica Dalila Oliveira, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), entidade envolvida diretamente na discussão das novas diretrizes curriculares nacionais.
Para ela, definir prescritivamente o que cada aluno deve saber em cada período significa querer quantificar algo que não pode ser mensurado objetivamente. "O problema é que nossos alunos mais carentes e necessitados são aqueles que têm a maior dificuldade para responder a essas expectativas", afirma. Ela acredita,  ainda, que a intenção das expectativas seja nobre, na prática vão acabar se tornando instrumentos de controle para determinar quem pode prosseguir nos estudos e quem não pode.
Elizabeth Macedo, pesquisadora especializada em currículo e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), vai além. Para ela, as expectativas de aprendizagem, como estão colocadas hoje, estão esvaziadas de sentido, porque não existe um trabalho estruturado para atingi-las e por isso elas ficam como "deuses no Olimpo", idealizadas, irreais - e, por isso, inalcançáveis. "Precisamos fazer um trabalho para entender aquilo que estou produzindo em termos de resultado e ver como consigo trabalhar em cima desses resultados. Não adianta ter expectativas que não condigam com esse processo. Claro que quando estou produzindo aquilo tenho expectativas, mas não estão postas para serem atingidas, estão sendo negociadas o tempo todo", analisa.
Mais divergênciasE como o termo "expectativa de aprendizagem" se une aos conceitos igualmente polêmicos de "competências e habilidades"? Em primeiro lugar, como esclareceu Maria do Pilar, as expectativas não são uma listagem de conteúdos, mas um grupo de orientações para auxiliar o planejamento do professor, que incluem também materiais adequados, tempo de trabalho, condições necessárias para colocá-lo na prática. Apesar de a expectativa não ser sinônimo do conteúdo em si, ela explicita o que se espera que os alunos aprendam, logo, eles podem aprender tanto conteúdos como competências e habilidades. A questão é que, como atualmente as expectativas ainda estão indefinidas, não se sabe como elas irão explicitar os conteúdos ou relacioná-los às competências e habilidades.
Priscila, do Todos pela Educação, afirma que embora cada um tenha uma concepção muito particular sobre o significado de cada termo, no entendimento de quem trabalha com avaliações, como o Enem, as competências englobam as habilidades, que por sua vez são um guarda-chuva dos conteúdos. "Existe, por exemplo, a competência leitora. Dentro disso, uma possível habilidade é saber extrair uma informação implícita de um texto. O conteúdo é uma parcela da habilidade, é mais operacional; seria como encontrar o sujeito e o predicado em uma frase do texto. O conhecimento é algo que o aluno precisa ter para poder usar o conteúdo", exemplifica. Para ela, as expectativas de aprendizagem estão mais próximas das habilidades nesse sentido, porque se espera não apenas que o jovem saiba que em uma frase existe sujeito e predicado, por exemplo, mas saiba usar isso no entendimento de um texto como um todo.
Se existe uma falta de definição de como se espera que os professores trabalhem com essas competências e habilidades dentro do currículo, o problema na sala de aula é muito pior. Na reportagem "Modelo a construir", publicada na edição 173 de Educação, fica claro que os educadores lutam para entender como trabalhar competências e habilidades em determinados conteúdos. E mais: a experiência mostra que quando as diretrizes curriculares são genéricas quanto à aplicação de tais conceitos, como era o caso dos PCNs, os professores voltam-se para livros didáticos, sistemas apostilados e a matriz dos sistemas de avaliação, buscando uma fórmula pronta para aplicação.
Na Austrália, país que enfrentou dificuldade semelhante, a reforma curricular incluiu prescrever uma tabela de conteúdos e, ao lado daqueles que abriam portas para trabalhar capacidades, adicionar um ícone de "competência pessoal e social" ou "pensamento crítico e criativo". Não há certo ou errado, mas existe uma questão: qual seria a solução brasileira para tornar as competências e habilidades mais acessíveis ao professor, e não apenas conceitos idealizados mas inócuos na prática?
A principal solução apontada pelos especialistas para que os docentes possam fazer essa ponte com mais naturalidade estaria na melhoria da formação inicial e continuada. Para a pesquisadora Elizabeth, os professores ensinam no dia a dia competências básicas, enquanto as avaliações pedem competências complexas e articulação de conceitos, criando um abismo entre a competência desenvolvida pelo aluno na escola e aquela exigida nos exames nacionais.  
Segundo Heleno Araújo, secretário nacional de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), não é apenas uma mudança nas diretrizes ou a construção de expectativas de aprendizagem que irão transformar a educação no país. "Precisa-se de uma ação concomitante que ataque a raiz do problema, ou seja, devemos atacar a questão da política inicial de formação de professores", aponta. Ele observa que fenômenos como o crescimento de cursos de pedagogia de educação a distância e a multiplicação de universidades privadas sem compromisso com a qualidade do ensino contribuem para a discrepância entre o que o educador aprende na faculdade e a realidade que enfrenta na sala de aula. Esse hiato entre o que é esperado dos alunos e as frágeis estruturas da educação, que refletem o que acontece na prática das salas de aula, é a base das críticas às expectativas de aprendizagem.
Prescrição e autonomiaCom as expectativas de aprendizagem sob os holofotes vem à tona um debate ainda mais polêmico: qual deve ser a medida ideal de prescrição do documento nacional? Um currículo dito prescritivo é aquele que define boa parte dos conteúdos que serão abordados durante cada ano letivo. Se, por um lado, ele é defendido por orientar detalhadamente o trabalho do professor, criando um padrão de qualidade, por outro, as críticas a esse modelo são duras justamente porque defendem que ele não deixa espaço ou liberdade para que os professores trabalhem.
E mais: especialistas questionam a própria escolha dos conteúdos inseridos em um currículo prescritivo. Por que alguns conteúdos são considerados mais relevantes do que outros? Todas as regiões de um país com proporções continentais, como o Brasil, têm as mesmas realidades na sala de aula? Ou o contrário: não há mesmo conteúdos comuns a todos? Segundo Callegari, a intenção é que as expectativas contemplem, em primeiro lugar, saberes que deverão ser comuns a todas as escolas, para garantir a equidade. Além disso, elas deixarão outra parte (minoritária) dos conteúdos em aberto, para que cada escola e rede trabalhem o que acreditam ser relevante para o seu contexto. A autonomia dos professores fica preservada também na medida em que a forma como os conteúdos devem ser aplicados não é explicitada.
Os dois lados
Para Afonso Scocuglia, professor da Universidade Federal da Paraíba e representante do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed), essa configuração é adequada. Ele defende o balanço de 70% comum e 30% à disposição dos estados e municípios. "Esse currículo único precisa ter objetivos e garantir certas coisas para ter equiparação do nível de ensino nas diferentes escolas", argumenta.
Mas há quem enxergue problemas com as diretrizes curriculares já aprovadas, que servirão de base à elaboração das expectativas. Para o Todos pela Educação, o tom é o mesmo dos documentos anteriores: genérico. "O currículo tem a necessidade de ser nacional porque assim se torna mais importante, porque precisamos integrar as políticas para garantir que o aluno aprenda", entende Priscila Cruz. "Ele tem de dar conta para orientar a formação inicial, continuada, o material didático. Por isso não há espaço para ser generalista como os PCNs, tem de ser mais programático e deixar claro o que cada aluno tem de aprender em cada série. Mas a forma de conduzir isso cabe a cada professor." Ela comenta que vê uma forte resistência em relação a um currículo nacional e não concorda com isso, porque o que vai ser desenvolvido na escola nunca é 100% do currículo. "Sempre há um espaço muito grande para o mais, para o diferente, para o que é específico da escola."
Do outro lado do debate, o CNTE e os teóricos da educação em geral se colocam contra uma solução prescritiva, ainda que o modelo brasileiro seja só parcialmente dessa forma. A professora Elizabeth Macedo volta à teoria dos três níveis de aprendizado do início do texto para defender que o mal da prescrição está no fato de que só se pode prescrever aquilo que conhecemos hoje, não se pode prescrever essa possibilidade de criar algo novo que ainda não se sabe o que é. E esse tipo de autonomia transcende aquela da simples aplicação do conteúdo previsto. Segundo ela, o currículo prescritivo bem aplicado e avaliado pode até ter bons resultados, mas o seu sucesso está em ensinar aqueles conteúdos que foram prescritos e, para ela, educar é mais do que isso. "Se eu quero ensinar determinadas coisas que eu já sei quais são, talvez o prescritivo não seja problemático", diz. Em relação às novas diretrizes e às discussões sobre as expectativas de aprendizagem, Elizabeth acha que eles de certa forma ignoram que cada professor e aluno têm uma realidade, uma história de vida e um conjunto de experiências que são os principais ingredientes que ditarão como será o processo de aprendizagem, e não o conteúdo recomendado.
Enquanto isso, na sala de aula...A favor ou contra as novas diretrizes curriculares, o fato é que sem uma definição nacional cada professor usa um documento norteador diferente para basear suas aulas. E se o objetivo nacional é a equidade de aprendizagem, essa não é a melhor rota a tomar. Elizabeth explica que professores de redes que possuem um currículo próprio em geral se apoiam em outros guias curriculares, especialmente em livros didáticos. Já quem não pode contar com um documento produzido por secretarias de Educação, em geral se orienta pela LDB e pelos PCNs.
Um fenômeno crescente em todas as escolas é a utilização das avaliações nacionais, como a Prova Brasil e o Enem, para extrair delas conteúdos a serem trabalhados. "Usar os resultados das avaliações para influenciar o que ensinar nas escolas é péssimo, é o pior dos mundos, porque são os exames que devem ser orientados pelos currículos, e não o contrário", alerta Dalila Oliveira, da Anped. Cesar Callegari, do MEC, concorda plenamente. "Atualmente vivemos uma inversão inaceitável: provas externas estão determinando o currículo, quando deveriam apenas fornecer indicadores sobre o seu desenvolvimento. Precisamos enfrentar essa distorção", afirma. Esse enfrentamento pode ser feito com as novas diretrizes, segundo Scocuglia, do Consed. Ele acredita que a pluralidade de documentos usados como guias curriculares por um lado traz uma riqueza, mas por outro, mais sério, causa a pulverização de visões. "O currículo nacional vai tentar não castrar isso, mas garantir que, apesar de visões diferentes, seja possível garantir a aprendizagem em qualquer escola. Mas você percebe que isso é mais fácil de falar do que de fazer."

Fonte: Revista Educação