RAFAEL MORAES MOURA / BRASÍLIA - O Estado de S. Paulo
Uma das principais vitrines da presidente Dilma Rousseff
na área de educação, o programa Ciência sem Fronteiras quer oferecer
pelo menos 75 mil bolsas para estudantes brasileiros no exterior, mas
esbarra em uma deficiência dos próprios beneficiados pela iniciativa: o
desconhecimento de língua inglesa.
Para superar esse problema, a Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) pretende oferecer até o fim do ano
aulas gratuitas de inglês, via internet, para os candidatos já aceitos
no programa.
De acordo com o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, o
sistema de ensino será interativo, com exercícios a serem feitos pelos
bolsistas, que usarão ferramentas de correção de pronúncia. O pregão
eletrônico que vai definir a empresa responsável pela execução do
serviço deve ocorrer nas próximas semanas. Em um segundo momento,
deverão ser criados cursos a distância para outros idiomas.
Entre as áreas prioritárias do Ciência sem Fronteiras estão
engenharia, ciências exatas, ciência biomédica, tecnologia aeroespacial,
bio e nanotecnologia, computação, produção agrícola sustentável,
tecnologias de prevenção e mitigação de desastres naturais e indústria
criativa. O governo federal espera que o setor privado banque outras 25
mil bolsas.
Redes de contato. Outra preocupação das autoridades é
quanto à distribuição das bolsas pelas instituições que manifestaram
interesse em receber brasileiros. Na semana que vem, Guimarães deve se
reunir em Nova York com cem representantes de universidades americanas.
Além do Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT) e do Ministério
da Educação (MEC), o Itamaraty está desempenhando um papel central no
programa, por determinação de Dilma. O Planalto quer aproveitar as
embaixadas brasileiras e criar redes de contato com associações e
pesquisadores no sentido de consultá-los para mapear os centros de
excelência estrangeiros.
O objetivo é garantir que o Ciência sem Fronteiras abarque
universidades de maior renome e outras instituições, menos conhecidas,
que também apresentam cursos de alto nível, conferindo maior
capilaridade à iniciativa. "Queremos chegar aonde estiver a excelência.
Envolvendo e ouvindo a todos, são maiores as chances de que as escolhas
sejam corretas", diz uma autoridade envolvida nas discussões.
Vistos facilitados. O governo brasileiro vai facilitar a obtenção de vistos pelos estudantes. O Estado
apurou que os americanos devem criar uma "pista expressa" para acelerar
os procedimentos por aqui. Uma pesquisa do Institute of International
Education e do Education USA no País apontou que 59% dos brasileiros
acham difícil obter um visto para estudar nos Estados Unidos.
Leia a reportagem na íntegra em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,bolsistas-aceitos-no-exterior-terao-aulas-gratis-de-ingles,783086,0.htm
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