O uso de tecnologia nas salas de aula na cidade do Rio de Janeiro começa
a dar resultados. As 19 escolas que adotaram sistematicamente o uso da
Educopédia, plataforma de aulas digitais, registraram notas bimestrais
de 20% a 30% melhores do que o restante da rede municipal.
O projeto, que inclui material de suporte aos professores, com planos
de aula e jogos pedagógicos, atinge parcialmente 75% das escolas da
rede, com uma frequência que varia de uma escola para outra. Pesquisa
feita com os alunos mostra que 75% deles acreditam que suas notas
melhoraram por conta do uso da plataforma.
O projeto, iniciado há três anos, recebeu até agora um investimento
de R$ 20,1 milhões. A maior parte, R$ 15 milhões, veio da Prefeitura. O
restante foi pago pelo governo federal, principalmente com bolsas para
professores que foram capacitados.
Segundo o subsecretário municipal da Educação, Rafael Parente, mentor
da Educopédia, cerca de 12 mil professores já passaram por algum tipo
de capacitação da plataforma, seja no modo presencial ou a distância.
O princípio de compartilhamento é essencial. A secretaria se apropria
de conteúdos abertos, como vídeos e jogos - sempre avaliados - e também
disponibiliza tudo que produz na internet, gratuitamente, para quem
quiser usar. "A gente não consegue produzir tudo de uma vez, então
primeiro faz uma busca para estabelecer parcerias com o que tem
disponível. A tendência é que vamos continuar revisando e melhorando.
Estamos colocando um botão para que os usuários possam fazer sugestões e
críticas", diz ele.
A Prefeitura investiu R$ 2 milhões na produção de conteúdo. Outras
cinco cidades já adotaram a Educopédia. "Os Estados de Pernambuco e da
Bahia devem começar parcerias em breve. Mas 200 municípios acessam a
plataforma com frequência semanal", diz Parente.
Em sala. Desde que passou a usar a Educopédia, o
aluno Pablo Gomes da Silva, de 13 anos, sentiu que passou a acompanhar
as aulas com mais atenção. "Dá mais foco. Quando a gente está falando
fica menos concentrado, mais disperso." Matheus Pereira, de 15,
concorda. "Antes eu ficava muito desligado com as conversas. Agora,
deixamos isso de lado." As aulas de ciências são as preferidas dos
estudantes do 8º ano para usar a ferramenta.
Os dois são alunos da escola municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí,
zona norte do Rio. A unidade foi uma das primeiras a implantar a
ferramenta em sala de aula, há três anos.
Marco Giraldez Carrera, professor de ciências e matemática da turma,
tem uma explicação: "O material disponível é mais visual. Há uma série
de vídeos mostrando, por exemplo, o funcionamento do sistema digestivo.
Na aula sobre o sistema nervoso, dá para ver a sinapse funcionando",
explica, entusiasmado.
A força da tecnologia é visível. Como é comum ocorrer nas salas de
aula do 8º ano, o bate-papo e as piadinhas entre os estudantes são
constantes quando o professor entra na classe. De repente os garotos,
até então hiperativos e falantes, ficam em silêncio, quase hipnotizados.
É só ligar o computador que o comportamento da turma muda. As
conversas paralelas quase somem e dão lugar ao diálogo entre alunos e
professor. Mas nem tudo está resolvido.
Os estudantes ainda enfrentam dificuldades para acessar o conteúdo em
sala, por problemas de conexão na rede Wi-Fi. A velocidade da internet
diminui sensivelmente quando todos os netbooks são ligados. Nessa hora, é
preciso ter muita paciência. Enquanto os alunos esperam, o professor
aproveita para relembrar o último tema abordado.
Para a coordenadora pedagógica da escola, Carla Aida, a principal
vantagem da Educopédia é oferecer um conteúdo interativo que pode ser
adaptado às necessidades de cada classe. "Quando as coisas são impostas,
cria-se muita resistência. O fato de não ser obrigatório agrada a
alunos e professores, e todo mundo se apropria da ferramenta", avalia.
Os alunos também podem acessar todo o conteúdo da plataforma em casa.
A estudante Gabrielle Xavier Fernandes, de 15 anos, costuma fazer
alguns dos exercícios na companhia do irmão mais velho, que também usa a
ferramenta. "Quando estou com dúvida em alguma matéria, ele me ajuda
usando a Educopédia", conta.
Para o professor Lindomar Araújo, trata-se de "uma plataforma para
dar autonomia para o aluno, para vencer aquela barreira delimitada pelo
quadrado da sala de aula".
Leia mais em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,com-aulas-digitais-nota-sobe-ate-30-no-rio,959008,0.htm
Fonte: Estadão.com.br
A Educopédia pode ser acessada em: http://www.educopedia.com.br/. Sendo que é possível acessar algumas áreas como visitante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário