A ABED enviou para os editores da revista, resposta esperando a publicação da mesma, contudo não foi dado a atenção do direito de resposta. Por este motivo está sendo divulgado a seguir o link matéria publicada e a resposta da ABED sobre a matéria. Revista Caros amigos : "Ensino a Distância rebaixa qualidade da educação no país" http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/component/content/article/157-edicao-175/2069-ensino-a-distancia-rebaixa-qualidade-da-educacao-no-pais
CAROS AMIGOS - A resposta 14/11/2011
Aprendizagem a Distância: dos Mitos às Evidências Científicas
por Fredric M. Litto
O
Brasil cresce lenta, mas continuamente, na mira de uma posição de real
destaque entre as nações. Porém, cinco séculos de atraso no setor
educacional no país dão evidências
dos fatores que prejudicaram a criação de uma força de trabalho cuja
qualificação plena poderia nos igualar aos países lideres. Enquanto o
Brasil registra apenas 13% dos seus jovens de 18 a 24 anos matriculados
no ensino superior, Argentina, Chile e Bolívia
gozam de porcentagens acima dos 30%. Países da Europa, América do Norte
e Ásia ostentam taxas que vão de 60% a 85% (esta última da Coreia
do Sul). Enquanto houver ceticismo e desinteresse do governo, com a
cumplicidade da mídia, o Brasil não terá a
mão de obra qualificada para sustentar suas próprias necessidades
internas na oferta de qualidade de vida social e de realização
profissional para todos os seus cidadãos. Por exemplo, até faltam
caminhoneiros hoje porque um segmento significativo desses profissionais
é incapaz de operar computadores, instrumentos necessários para receber
e dar instruções e informação.
Para
incluir mais pessoas nos programas de educação formal, não formal e
informal, muitas vozes estão recomendando o aumento do uso de
“aprendizagem a distância”, modalidade
educacional que normalmente significa separação física entre o
professor (ou outra fonte de informação e conhecimento) e o aprendiz.
Seja empregando material impresso distribuído via correio, seja pelo uso
de rádio, televisão, audiocassetes, DVDs ou
internet, a aprendizagem a distância é conhecida, de longa data, por
sua capacidade de alcançar indivíduos em lugares remotos, oferecendo
acesso ao conhecimento básico e avançado, certificando os alunos cuja
competência deve se provar equivalente aos conhecimentos
obtidos. Mesmo com essa característica de democratização do saber, há
críticos à modalidade militando contra seu uso no país. Raramente dando
exemplos, baseando-se essencialmente em criticas capciosas de
características que não são exclusivas à modalidade,
eles revelam sua incapacidade de entender o significado das tecnologias
de ruptura que estão mudando a sociedade atual. Confusos e
desorientados quanto às novas possibilidades de comunicação, à alteração
de papéis (sociais, profissionais) e ao poder de indivíduos,
grupos e instituições públicas e privadas, devido à força
transformadora das novas tecnologias, eles tentam deter a implantação de
novos métodos de ensinar, de aprender e de trabalhar.
Bem conhecido entre aqueles que leem
muito é o delicioso xingamento, supostamente atribuído aos chineses,
“Que você viva em tempos interessantes!”, cuja sutileza
sugere que o destinatário do epíteto sofra o flagelo do ceticismo
reacionário, da ansiedade e do terror provocados por mudanças
importantes na sociedade, a exemplo do pique de várias civilizações que
romperam com seu passado: os árabes criaram engenhos de
grande complexidade baseados em princípios avançados de física e
mecânica; os chineses aperfeiçoaram armas de guerra. Países e épocas
deixaram suas marcas: a Itália, na Renascença; o Reino Unido na
Revolução Industrial. Nos Estados Unidos, quando automóveis
começaram a ser desenvolvidos, o escárnio chegou com os carroceiros
(“Arranja um cavalo!!”) e quando ganharam impulso as pesquisas com
células-tronco, um presidente ignorante decidiu proibir legalmente seu
avanço. Por que no Brasil haveria de ser diferente?
Foi o último país a abolir a escravidão. Não bastasse nossa burocracia
cartorial, escrivães resistiram em aceitar máquinas de escrever (“Só o
próprio punho serve!!”, gritaram). Oswaldo Cruz sofreu um linchamento
moral pela mídia ao se empenhar em campanhas
contra a febre amarela. Também aqui grandes blocos de educadores em
todos os níveis lutaram contra a introdução de computadores na
aprendizagem.
Cientificamente,
a resistência a mudanças implica numa configuração de neurônios em cada
indivíduo, determinando se será um “progressivo” (receptivo a mudanças,
reconhecendo
a possibilidade de redução de esforços físicos, a ampliação de
oportunidades para adquirir novos e diversos conhecimentos), ou um
“mantenedor do
status quo” (aquele que insiste em submeter sua vida a um “steady-state”
(estado-contínuo), ou seja, quanto mais estático melhor. Faltando-lhes a
capacidade de empatia, estes últimos também são partidários do
retrocesso na vida dos outros
(como o eunuco que, não podendo sentir certos prazeres, não quer que
outros o sintam).
Mundialmente,
aqueles que estudam a tecnologia educacional procuram a inovação
apropriada (praticidade, eficiência, custo-benefício) de avanços
tecnológicos, a fim de
não engessar, regimentar, automatizar, ou desumanizar a aprendizagem. O
propósito é aprofundar a compreensão, estender o alcance do aluno a
fontes de informação e de conhecimento além das fronteiras naturais,
políticas, econômicas e ideológicas. Quando especialistas
nesse ramo de investigação se encontram em conclaves acadêmicos,
relatam que parece existir um fenômeno curioso entre educadores em
geral: 20% são progressivos, querem experimentar novidades tecnológicas
que possam aperfeiçoar sua meta de levar alunos a novos
patamares de compreensão; 20% são conservadores, pois não apenas
resistem a qualquer oferta de experimentação, como também encetam
campanhas difamatórias, promovem diatribes sem fundamentação ética,
científica ou a necessária evidência fatual—o que
também se exige de jornalistas sérios, que se obrigam a apurar
resultados de pesquisas, a investigar os exemplos majoritariamente de
sucesso, a despeito dos recalcitrantes e a ouvir todos os lados
envolvidos. O restante, 60%, são educadores considerados “normais”,
relativamente flexíveis e abertos - dependendo da direção dos
ventos---sindicatos progressivos ou regressivos; burocratas educacionais
paranoicos, obcecados com “comando e controle”, autores de ondas de regulamentação para justificar seu poder e seus
empregos; e governistas com visão real do futuro ou “políticos carreiristas” interessados apenas em ser reeleitos.
Herdeiros
de uma tradição educacional precária, sem originalidade e elitista,
desconhecedores de línguas estrangeiras, cujo domínio lhes permitiria(?)
acompanhar estreitamente
as inovações científicas, tecnológicas e culturais desenvolvidas em
países que se destacaram em inovações, muitos brasileiros imaginam que
suas próprias crenças e seus valores são compartilhados universalmente.
Uma vez que o ensino superior a distância entrou
no país há menos de duas décadas, eles acham que ainda é algo
temerariamente novo, há pouco tempo em fase experimental. A aprendizagem
a distância no ensino superior começou mais de um século e meio atrás,
no Reino Unido, quando a Universidade de Londres (fundada
como “a universidade do povo”), criou, em 1858 o seu “Sistema Externo”,
ou cursos por correspondência. Mahatma Gandhi (1869-1948), morando na
colônia britânica da África do Sul, fez todo o curso de Direito numa
época na qual um navio transportando o correio
levava dois meses para transitar entre Londres e seu país. Nelson
Mandela, prisioneiro na Cidade do Cabo por suas atividades contra o
apartheid, também fez o curso de Direto a distância de Londres, mas foi
impedido de obter o diploma, não conseguindo autorização
para deixar a prisão a fim de realizar o exame final do curso que o
habilitaria profissionalmente. Quatro ganhadores do Prêmio Nobel em
ciências obtiveram seus bacharelados via Sistema Externo da Universidade
de Londres. Vale lembrar que T.S. Eliot,
o mais importante poeta de língua inglesa no século XX, foi professor dos cursos desse Sistema, de 1916 a 1919.
A
partir de 1870, em muitas instituições públicas na América do Norte,
cursos por correspondência levando a títulos acadêmicos foram
ministrados com sucesso, e continuam
sendo oferecidos até hoje via televisão e internet. Esse fato não
apenas consolida o mérito dessa modalidade de aprendizagem, mas também
sua crescente qualidade. Entre as instituições com “sistemas externos”
podem ser citados, por exemplo, o renomado Instituto
de Tecnologia de Massachusetts-MIT, as Universidades da Califórnia,
Carolina do Norte (a mais antiga universidade pública dos Estados
Unidos), Maryland (a maior universidade pública americana), Estadual de
Nova York, Estadual da Pensilvânia, Nebraska, e muitas
outras. No Reino Unido, Canadá, Austrália, Espanha, Alemanha, Noruega,
Finlândia, Indonésia, China, Malásia, Paquistão, Índia, Turquia, Grécia,
África do Sul há instituições dual-mode (oferecendo ensino superior presencial e a distância)
ou single-mode (oferecendo apenas
cursos mediados por tecnologia), mantidas pelo governo ou pela
iniciativa privada. Se fosse tão nefasto, intrinsecamente tão
sem-qualidade, como explicar esse sucesso?
Aqueles
que criticam a aprendizagem a distância erram ao exigir uma educação
com características elitistas para todos, algo não factível por razões
econômicas (mundo afora,
é raro encontrar instituições públicas que não cobram taxa de
matrícula, muitas vezes proporcional à condição financeira dos
candidatos, que se diferenciam pela capacitação intelectual e pelos
interesses de engajamento profissional.. Os “elitistas” querem
uma educação “oxfordiana” para cada estudante: reuniões individuais semanais ou mensais com seu tutor, um catedrático munido de cachimbo, sherry e refestelado em poltronas de couro. Faz bonito no cinema, mas quando é necessário atender milhões
de aprendizes, é inviável.
Os
países asiáticos perceberam, quarenta anos atrás, que uma nação moderna
precisa, sim, de poucas instituições de altíssima qualidade para
aqueles que demonstravam habilidades
cognitivas privilegiadas. Paralelamente, outras instituições foram
implantadas para qualificar os milhões de profissionais necessários para
a manutenção de uma sociedade complexa e dinâmica. Seguindo o modelo
criado em 1969 no Reino Unido, a Universidade Aberta
(sem vestibular, mas com exigências acadêmicas rigorosas e, desde o
início, oferecendo títulos acadêmicos tradicionais), servia de modelo à
criação de outras instituições de sucesso, como a Universidade Nacional a
Distância Indira Gandhi, atualmente
com 3.200.000 estudantes cursando bacharelado, mestrado e doutorado. O
Brasil resistiu em criar sua Universidade Aberta até poucos anos atrás,
devido ao conservadorismo de educadores, burocratas educacionais e do
próprio Congresso Nacional. Mas hoje a UAB
tem 200.000 alunos, e espera-se que chegue a ultrapassar a marca de um
milhão nos próximos anos. Gratuita, mas com um exame de admissão
rigorosamente elaborado, e exigências acadêmicas obrigatoriamente
sérias, a UAB representa uma das soluções para
tirar o Brasil da sua estagnação na formação de profissionais em número e qualidade que o país merece.
Criticar
sem oferecer soluções alternativas equivalentes e viáveis é o calcanhar
de Aquiles daqueles que atacam a aprendizagem a distância. Se apenas a
metade dos municípios
brasileiros oferece ensino superior presencial, como dizer que
tentativas de estender acesso aos estudos avançados através da EAD
não sejam democráticas? Qual é a alternativa? Se mais de 10% da
população brasileira inclui cidadãos com necessidades especiais,
então como criticar, sem ser hipócrita, o emprego da tecnologia para
levar escolas e universidades até as casas desses conterrâneos? Se a
maioria dos universitários que estuda a distância distingue-se como
“pobre”, então esse fator de inclusão deveria ser
motivo de júbilo, e não um argumento para denegrir a modalidade. É
lamentável que as elites do país nunca tenham se esforçado na procura de
excelência em todos os setores. “O ótimo é inimigo do bom!” é a
racionalização que prevalece na cultura. Entre os exemplos
brasileiros mais representativos que estudaram a distância estão
Florestan Fernandes, celebrado sociólogo da USP, que cursou o ensino
médio na modalidade chamada “madureza”; a senadora Marina Silva, que fez
o ensino médio através do Telecurso; e o
deputado
Vicentinho (Vicente Paulo da Silva), que completou o fundamental e o
médio pelo mesmo projeto educativo via TV. São fatos indiscutíveis,
positivos e indicativos do futuro.
Os
críticos da aprendizagem a distância estão mentalmente engessados,
presos a uma visão ultrapassada da educação, nostálgica e confusa.
Percebendo que o paradigma educacional
está em mudança no mundo todo, e incapazes, eles mesmos, de buscar
novas formas de aprender e de trabalhar, revelam sintomas que podem ser
agrupados sob a designação de síndrome de paralisia paradigmática.
“Sem
o toque humano....o corpo a corpo, carne e osso, com o professor....o
olho no olho....como um educando poderá interagir com uma
máquina?...qual a experiência que
uma máquina poderá passar a um indivíduo?” Essas manifestações
nostálgicas, apelações não convincentes às nossas emoções (pathos), ignoram a lógica dos fatos (logos): as novas gerações estão obtendo exatamente os reforços interativos
afetivos e de companheirismo quando estudam a distância, usando as novas tecnologias de comunicação: netbooks, laptops, tablets, e i-phones.
Em setembro de 2011, a empresa Cisco publicou os resultados de uma
pesquisa com recém egressos
de universidades em 14 países sobre “suas preferências de mídia”.
Relato de um terço dos entrevistados com acesso à Web: “a Internet era
tão vital a eles quanto comida, água, ar e abrigo”; 50% afirmaram que,
para eles, a internet não era tão importante...mas
quase isso mesmo”. Entre universitários, 55% admitiram que “não
poderiam viver sem a internet”, enquanto 62% dos recém-graduados e com
empregos novos constataram a mesma relação com a tecnologia. Pesquisas
feitas no Canadá como parte do Tele-Learning
Program, revelaram que, quando um curso
universitário on-line está bem produzido, a aprendizagem dos estudantes é
mais eficaz do que na modalidade presencial. Por quê? Porque curso a
distância é o resultado do trabalho de uma equipe de profissionais,
e não de um único profissional, o professor (como no ensino feito
presencialmente). Assim, a equipe garante um produto mais burilado, mais
caprichado. Com as novas gerações de aprendizes coladas nas novas
tecnologias, é pouco defensável a pretensa predominância
de abordagens centenárias na aprendizagem.
Nostalgia
tem seu lugar, sem dúvida. Da mesma forma que o cinema não substituiu o
teatro, e a televisão não eliminou o cinema, teremos, no futuro,
instituições oferecendo
todo o espectro pedagógico-didático, do mais tradicional (provavelmente
sem cachimbo!) ao mais automatizado (veja, por exemplo, a empresa
norte-americana Rosetta Stone, nova no Brasil,
especializada no ensino on-line, totalmente sem professor, virtual
ou presencial, no ensino de idiomas estrangeiros—talvez não seja
apropriada para todo mundo, mas já é um sucesso em muitos países).
Os
críticos da aprendizagem a distância costumam ser falaciosamente
genéricos em suas acusações, sem oferecer exemplos de “falta de
qualidade” (e para serem convincentes,
teriam que citar exemplos não encontrados também no ensino presencial
no país). Inconformado com essas generalizações superficiais, em 2010
fiz um levantamento das reclamações de alunos brasileiros de
aprendizagem a distância dirigidas ao Ministério da Educação
- SEED-MEC, à Associação Brasileira de Estudantes de Educação a Distância - ABE-EAD e à Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED. Os resultados, classificados por tipo de irregularidade acadêmica ou de consumidor, foram apresentados
e analisados no meu capítulo “As Infrações que Prejudicam a Imagem de EAD”, no livro Educação a Distância - O Estado da Arte, Vol.2 (Fredric M. Litto e Marcos Formiga, orgs;
São Paulo: Pearson, 2011; pp. 367-73). Recomendo a leitura
desse elenco de “crimes”, de práticas censuráveis (e amplamente
compartilhadas pelas instituições presenciais, públicas e privadas), a
todos que querem criticar a aprendizagem a distância e dela não têm
conhecimento.
Tratar
a aprendizagem a distância como uma prática de amadores, exclusivamente
“caça-níquel” e sem uma literatura científica que acompanhe seu
desenvolvimento, é uma
atitude inculta, agravada pelo preconceito. Há numerosas revistas
científicas dedicadas totalmente à investigação rigorosa da modalidade e
cuja leitura revela as conquistas, a extensão, a profundidade e os
problemas da área. Todas estão disponíveis on-line
e devem ser acompanhadas por pessoas que se consideram profissionais
(ou críticos) da aprendizagem a distância. Entre as mais conceituadas
estão: Open Learning (Reino Unido), American Journal of Distance Education
(EUA), International Review of Research of Open and Distance Learning (Canadá), Distance Education (Canadá), Distance Education (Austrália), Revista Ibero-Americana de Educación
a Distância (Espanha), e nossa própria Revista Brasileira de
Aprendizagem Aberta e a Distância (Brasil). Da mesma forma, quem
realmente se interessa pelo assunto e quer conferir as estatísticas do
desenvolvimento da modalidade no Brasil, tanto no mundo acadêmico
quanto no mundo de treinamento corporativo, deveria consultar a
publicação anual CensoEAD.BR: Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil (São Paulo: Pearson Education e ABED, 2011)
Os ingleses têm uma oportuna resposta para aqueles que criticam, injustamente ou não, qualquer coisa: “The proof of the pudding
is in eating!” [O teste do pudim está em
comê-lo ], ou seja, para testar algo plenamente é preciso experimentá-lo
você mesmo! É difícil encontrar críticas à aprendizagem a distância
feitas com evidências e análises produzidas por pessoas que levaram
a bom termo um ou mais cursos a distância. Por outro lado, temos
comprovação contundente da eficácia dessa modalidade através dos
resultados do ENADE - Exame Nacional de
Desempenho Educacional, teste anual organizado pelo Ministério da
Educação com
os formandos de centenas de universidade brasileiras: em 2007, as
maiores notas em 7 das 13 áreas de conhecimento foram obtidas por
aqueles que estudaram a distância. Em 2008 (o último ano em que o INEP - MEC revelou as diferenças entre os alunos das
duas modalidades), os alunos da EAD tiveram
médias de notas de 38,87, enquanto os alunos do presencial tiveram 36,78
(uma diferença de 2,09). As áreas de conhecimento nas quais os alunos a
distância superaram os do presencial foram Engenharia (Grupo
VII), Filosofia, Física, Tecnologia em Gestão da Produção Industrial e
Ciências Sociais.
Aprendi,
em muitos anos de pesquisa, duas “regras não escritas” sobre como
avaliar evidência: “não dá para brigar contra os fatos”; e “quando você
não consegue arguir
contra os fatos, ataque o questionador”. A primeira frase me deixa tranquilo sobre a eficácia e o sucesso futuro da aprendizagem a distância. A segunda me deixa à espreita, aguardando os ataques
ad hominem que conservadores, sem fatos para comprovar suas afirmações, insistem em lançar na direção do futuro e sua consequente tecnologia, que será tão meritória quanto mais democrática for a aprendizagem a ela subordinada.
Fredric M. Litto
é professor titular aposentado da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo, onde lecionou
de 1971 a 2003; foi Coordenador-Fundador do laboratório de pesquisa
“Escola do Futuro da USP”, de 1989 a 2006; e é Presidente da Associação
Brasileira de Educação a Distância - ABED desde
1995. Em 30 de novembro de 2011, ele recebeu seu segundo Prêmio
Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Tecnologia e
Informática, pelo seu livro Aprendizagem a Distância (São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010).
Equipe ABED
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